A preparação

Este mar de flores, são parte da preparação para a Festa dos Tabuleiros.

Cada vez que me deparo com este espectáculo, que nesta altura do ano, com a aproximação da data, é quase porta sim porta sim, não consigo deixar de me encantar. São flores de papel aos milhares: penduradas, por pendurar, a encher caixas, já nas formas correctas como vão ser expostas, é lindíssimo. Vão servir quase todas, penso eu, para enfeitar as ruas da cidade

Já entrei em alguns destes armazém - Assim que me vêem a espreitar à porta sou imediatamente convidada a entrar e é sempre com orgulho e olhos brilhantes que me falam das horas imensas de trabalho envolvido nesta preparação e de como vale a pena

Esta festa só se realiza de 4 em 4 anos e este ano é um deles, sorte a minha.

Habitar o novo espaço

Arrumei, desarrumei e voltei a arrumar vezes sem conta, mas com trabalho por fazer e a acumular, a tarefa de habitar o novo espaço de trabalho vai ter que ser feita aos poucos.

Os meus domínios são agora o sótão da casa, coisa que não podia estar mais de acordo comigo, eu que gosto de guardar todo o género de tralha e adoro espaços tipo toca - Na verdade o sótão é grande e tem bastante luz natural.

O meu plano actual é trabalhar unicamente no andar de cima, na tentativa de poupar o resto da casa à tirania das linhas, lãs, bocadinhos de tecido e enchimento por todo o lado

A Matilde

A Matilde não é fã de mudanças, mas como gosta muito de nós faz um esforço e já se vai habituando aos poucos à nova casa, aos novos cheiros, aos pardais que fazem uma barulheira imensa nas oliveiras por trás da casa e que a deixam completamente transtornada por não lhes conseguir chegar. Felizmente é muito fraca caçadora. Os pardais parece que sabem e fazem de propósito para a irritar - Por vezes reúnem-se em grandes e barulhentas assembleias na varanda, a Matilde corre disparada a fazer uns barulhinhos engraçados com a garganta e eles, claro, fogem :)

Anda atrás de mim pela casa como sempre fez, mas eu sei que está ofendida comigo - Ainda não fala, como fazia sempre que estalávamos os dedos, olha-me meio de lado e às escondidas vai ratando o meu bonsai ( ela sabe que não deve), coitado! Nada que uma dose reforçada de mimos e brincadeiras não cure

Chegar

Fomos recebidos em Tomar com as Olaias em flor ( não deve haver melhor altura do ano para mudar de lugar do que a primavera). Nas ruas onde existem muitas a luz é quase irreal e o chão fica coberto por uma "neve cor-de-rosa"

O cansaço é bastante depois de desembalar a casa, e sem tempo nenhum para desancar, já comecei a trabalhar a todo o vapor.

Lá fora faz um agradável calor